Já não é a primeira vez que me acontece. Só que dessa vez está sendo muito mais intenso. Pelo menos eu sinto que está sendo mais intenso. Bem, acredito que estejamos começando com o pé esquerdo. Acho melhor eu explicar o que tá acontecendo, para que você decida se está muito mais intenso ou não.
Bem... Começando do começo.
Me chame de "O Sonhador".
Acho que faz sentido com a situação. Muitas vezes quando eu durmo, eu acabo entrando na vida das pessoas. Mas não apenas como um expectador, eu basicamente me torno elas, ajo por elas, sinto por elas. Controle total. Parece mentira, né? Quem me dera fosse. Muitas noites eu não durmo direito, porque estou na vida de outra pessoa.
Quem sabe eu já não estive na sua vida?
Você jamais saberia, porque ninguém sabe que sou eu. Todo mundo assimila o que eu faço como atitudes delas, mesmo que seja totalmente contrário ao jeito delas, elas encontram uma forma de justificar na cabeça delas aquela atitude. Como eu sei disso? Uma vez eu "sonhei" sendo o meu irmão mais velho. Eu fiz com que ele deixasse vinte reais na minha carteira. Depois quando eu perguntei o por quê daquilo, ele simplesmente achou que seria legal me presentear fora de época, e mesmo quando eu lembrei ele que ele me detestava, ele disse que seria legal se a gente parasse com a birra de irmãos.
E realmente foi legal.
Mas por quê estou dizendo que está muito mais intenso?
Simples. Normalmente quando eu sonho com as pessoas, são apenas segundos, no máximo alguns poucos minutos. São situações pequenas. Momentos pequenos. Problemas minúsculos.
Há três horas estou nessa vida.
Ainda não sei o por quê de eu estar tanto tempo nessa vida. Sei que ele tem um notebook, e é nele que estou escrevendo agora. Acho que eu nunca falei com ninguém sobre os meus "sonhos". Já ensaiei algumas conversas e até cheguei perto de contar sobre, mas sempre que o assunto chegava perto disso as coisas acabavam se encaminhando muito mal e eu perdia a coragem. Estando aqui, sozinho, e com uma ânsia de escrever, pensei em contar sobre isso.
Essa ânsia de escrever eu devo ter adquirido "dele". "Dele" que eu digo é da pessoa que estou "sonhando" com a vida. Digo que devo ter pego "dele", porque sempre que eu sonho, eu acabo incorporando alguma coisa da pessoa. Às vezes é um sentimento, um desejo, uma habilidade. Desde que eu comecei a "sonhar" com a vida "dele" eu fiquei com uma ânsia de escrever, de externar meus pensamentos, de colocar no "papel".
Bem... Vamos falar um pouco "dele".
O quarto dele é mais ou menos do tamanho do meu quarto, acho que talvez um pouco maior. Um quarto até que grande. Tem uma mesa onde estava o notebook, alguns cadernos com anotações que eu não entendi... Pois é, eu não entendo a letra "dele". Tem alguns livros, literatura brasileira tem aos montes na estante dele. A cama dele é mais confortável que a minha, e é por isso que estou escrevendo deitado nela. Pelas fotos que ele tem penduradas num painel com imãs eu cheguei a conclusão de que sou negro nessa vida, uso óculos de aro grosso preto, aparentemente estou deixando o cabelo crescer. O que contrasta bastante com o branquelo, de cabelo raspado e barba grande que eu enxergo olhando no espelho.
Sim, um detalhe dos meus "sonhos" é que eu ainda me enxergo como eu mesmo, jamais como a outra pessoa. O que dificulta pra mim, às vezes, saber se estou dormindo ou acordado.
Sou negro. Escritor. E tenho uma boa casa.
Acho que é um bom resumo da vida "dele".
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Eu deixei o texto escondido em uma pasta aleatória no notebook dele. Tive a impressão de que voltaria a escrever nele. Eu acordei, fui pra faculdade e acabei dormindo na aula de Hipermídia. E aqui estou de volta. Na vida "dele".
No caso, eu também estou na faculdade. Só que é outra turma, outro bloco, outros "ares". No momento em que eu estava me encaminhando pra sala de aula já recebi diversos olhares. Nenhum era totalmente agressivo, nem mesmo um olhar de medo ou temor, era quase que um olhar de breve estranheza. Por um bom tempo eu achei que as pessoas estavam me vendo. Até que alguém me abraçou pelo ombro falando "E aí, negão! Até que em fim raspou aquela merda da tua cabeça, né?" uma esfregada quase agressiva na minha cabeça e uma risada de quem vê graça na própria piada... Se é que podemos chamar de piada.
Nesse momento me deparei com dois sentimentos... O primeiro foi o sentimento de alívio, porque eu sabia que não estava sendo enxergado como sou e o segundo foi um sentimento de desconforto enorme. Ao mesmo tempo em que eu senti um extremo desgosto pelo comentário do rapaz, lembrei que aquele rapaz era meu amigo… Amigo “dele”... e que queria me adequar, então eu entrei em conflito comigo mesmo.
A herança comportamental "dele" e o que eu, "O Sonhador" achava que seria melhor.
[[Confrontar]]
[[Aceitar]]
"Como assim merda na minha cabeça?" eu tive que perguntar. Precisava externar um pouco daquele incômodo que eu tava sentindo. "Como assim?" ele perguntou, apenas respondendo minha pergunta com mais uma pergunta e uma cara de desentendido. Precisei me controlar para não ser agressivo.
"Como assim merda na minha cabeça? Eu não entendi esse comentário!" repeti, mantendo a calma, queria ver se ele conseguiria me explicar sobre o que se tratava o comentário dele.
"Ah, você sabe... O teu cabelo!" ele disse, buscando com ele mesmo a resposta. "O meu cabelo era merda? Isso?" Perguntei pra ele, parando no corredor pra olhar bem pra ele. "Não que ele fosse merda, mas é que ele é ruim, né?" ele estava começando a ficar embaraçado, nervoso, sem saber o que falar. "Ah, o meu cabelo é ruim então? Não tô entendendo!" eu respondi. Precisava confrontar isso, precisava chegar ao serne daquilo. "É, ué, teu cabelo é ruim... Eu acho!" e ao mesmo tempo que ele parecia muito certo do que ele dizia eu conseguia sentir que ele não sabia muito bem se era certo o que ele dizia.
"Mas por quê o meu cabelo é ruim?" eu perguntei, me fazendo de desentendido. Como se eu não soubesse que a sociedade havia imposto um padrão de beleza do qual eu não me encaixava. E esse sentimento tava forte em mim, esse sentimento de precisar confrontar essas pré-determinações sociais. "Ah, seu cabelo é ruim porque ele é crespo... Né?" e quando eu não respondi ele continuou cavando a própria cova "... Daí ele acaba ficando armado e tals..." e a cada palavra ele ia perdendo a convicção do que dizia. Ia diminuindo o tom de voz, ia se envergonhando do que falava. "Mas cabelo crespo é ruim?" perguntei, mas dessa vez eu não dei tempo dele responder "Eu acho bonito." finalizei.
"Ah, foi mal... Não quis ofender, sei lá..." ele resmungou depois que eu voltei a andar, quase como se ele estivesse envergonhado. E no fundo, no fundo, eu senti um senso de justiça, por ele se sentir envergonhado por tentar fazer eu me envergonhar de ser quem eu sou.
Ou melhor dizendo... De eu ser quem eu sou agora.
Nesse "sonho".
“Relaxa, cara… Só presta atenção no que você fala!” eu disse balançando a cabeça dele pelo pescoço “Manezão!” eu completei, em tom leve, pra tentar aliviar um pouco do clima que ficou. Ele não tinha culpa total de pensar daquela forma. Os pais dele ensinaram isso para ele e, antes, os avós ensinaram para os pais e assim vai… A sociedade cúmplice desse tipo de pensamento apenas ajuda a pregar esse tipo de pensamento. Mas eu tava cansado de me sentir o errado… De achar que quem não se encaixava era eu.
“Você tem razão!” ele respondeu com um sorriso encabulado “Mas eu sou teu brother, sabe que eu não falei por mal, né?” ele estava genuinamente preocupado de ter estragado nossa amizade “Claro que eu sei, velho. Tá safo!” eu respondi, à maneira “dele”.
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Eu estava escrevendo sobre o acontecido quando começou a aula e eu “acordei”. Fiquei zumbizando na minha aula de Arquitetura da Informação e tirei um cochilo no ônibus e aqui estou… “Sonhando” com o cara de novo. Logo estou escrevendo o que aconteceu agora pouco, quando eu tomei conta dele de volta.
Acho que a gente tava na saída da PUC. Às vezes eu me esqueço como esses “sonhos” começam. Mas a gente tava saindo da PUC. Eu era o único negro no grupo. A gente acabou parando ali na frente do bloco Amarelo. Quem fuma começou a fumar e quem não fuma começou a ficar contra o vento. Tava começando a esfriar, então o grupo tava em uma circunferência menor. Então acabou que o cheiro de cigarro ficou generalizado pra todos e um incômodo pra poucos.
Estava rolando uma breve discussão sobre o que faríamos em seguida. Se iríamos pra casa cada um terminar o trabalho da facul ou se iríamos pro bar tomar umas beras geladas pra ajudar num Brainstorm mais informal.
Depois de uma breve discussão, a maioria estava decidida… Ir prum bar que tinha aberto a pouco tempo, mas que já tava tendo boas críticas, tanto em preço quanto em qualidade. A ideia era tentadora, mas ao mesmo tempo eu sentia que podia usar o meu tempo fazendo algo mais produtivo.
Fiquei em dúvida…
que duas vezes nessa passagem para editá-la.
[[Bar com os amigos]]
[[Produtivo em casa]]
“É, pois é… Acho que eu tava cansado daquela aparência!” era mentira, mas eu disse mesmo assim. Tudo pra assegurar a “sobrevivência” no círculo social. Além do mais, ele é meu amigo, tenho certeza que ele não teve a intenção de me magoar. “Mas ficou maneiro assim!” ele falou como se o elogio fosse tampar o comentário anterior sobre o meu cabelo. Não tampou, claro que não, mas aceitei o elogio, tentando não me preocupar muito com o que havia sido dito antes, talvez até mesmo me apegando a qualquer comentário “bom” a respeito da minha aparência pra afastar o incômodo. O incômodo de saber que a minha aparência incomodava os outros.
Talvez não em um nível consciente, mas parecia que todos se incomodavam de alguma forma.
Só que por mais que eu tentasse, não saia da minha cabeça a ideia de que meu amigo achava o meu cabelo de preto ruim. Na verdade, começava a crescer em mim o incômodo de saber que os pais dele ensinaram isso pra ele e que a sociedade ensinou pros pais dele e que a sociedade continuaria propagando esse tipo de pensamento, como num culto silencioso, uma campanha velada, que qualquer um teria vergonha de admitir publicamente, provavelmente, uma campanha velada que nem mesmo quem faz parte da campanha imagina-se nela.
Mas eu preferi ficar calado, me abster desse tipo de problema, pelo menos naquele momento. Não me parecia importante chamar a atenção só do meu amigo, eu podia focar meus esforços em algo maior, tentar chamar a atenção da sala pra esse tipo de questão, ou da cidade ou até mesmo do mundo. Quando eu começar a escrever sobre isso.
Quando eu começar a escrever de verdade sobre isso… Eu sei que só tive alguns ensaios de escrita à respeito deste assunto.
Talvez eu escrevendo sobre a minha condição de “Sonhador” eu consiga ajudar ele a externar as opiniões dele sobre o racismo velado do cotidiano. Talvez eu externando minhas ideias eu consiga externar as “dele”. Mas deixamos esse questionamento para um futuro.
“Você tá bem, cara?” ele me perguntou, me arrancando do meu devaneio. “Sim sim, só tô com a cabeça em outro lugar!” respondi, com um sorriso apressado, para mostrar que eu estava bem. Mesmo não estando 100%. Mas quem realmente está 100% diariamente? Isso nada mais era que o meu cotidiano, então eu conseguia lidar com isso de boa.
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Eu estava escrevendo sobre o acontecido quando começou a aula e eu “acordei”. Fiquei zumbizando na minha aula de Arquitetura da Informação e tirei um cochilo no ônibus e aqui estou… “Sonhando” com o cara de novo. Logo estou escrevendo o que aconteceu agora pouco, quando eu tomei conta dele de volta.
Acho que a gente tava na saída da PUC. Às vezes eu me esqueço como esses “sonhos” começam. Mas a gente tava saindo da PUC. Eu era o único negro no grupo. E isso acabou se acumulando com os outros pesares do dia. A gente acabou parando ali na frente do bloco Amarelo. Quem fuma começou a fumar e quem não fuma começou a ficar contra o vento. Tava começando a esfriar, então o grupo tava em uma circunferência menor. Então acabou que o cheiro de cigarro ficou generalizado pra todos e um incômodo pra poucos.
Estava rolando uma breve discussão sobre o que faríamos em seguida. Se iríamos pra casa cada um terminar o trabalho da facul ou se iríamos pro bar tomar umas beras geladas pra ajudar num Brainstorm mais informal. E talvez ajudar um pouco no meu humor.
Depois de uma breve discussão, a maioria estava decidida… Ir prum bar que tinha aberto a pouco tempo, mas que já tava tendo boas críticas, tanto em preço quanto em qualidade. A ideia era tentadora, mas ao mesmo tempo eu sentia que estava um pouco saturado de ser o único negro, o único a receber breves olhares com um julgamento no fundo dos olhos.
Fiquei em dúvida…
Clique duas vezes nessa passagem para editá-la.
[[Bar com o pessoal]]
[[Relaxar em casa]]
Decidi sair com os amigos. Parecia que faziam eras que eu não me dava uma oportunidade de me divertir e ao mesmo tempo eu queria aproveitar a oportunidade de beber indiscriminadamente sem sofrer as consequências da bebedeira… O que é uma qualidade muito interessante da minha condição de “Sonhador”. O que quer que aconteça com a pessoa fisicamente, eu não sou afetado na minha vida. Claro que um tapa dói, mas quando eu acordo eu deixo de sentir a dor… Logo… É claro que eu iria ficar bêbado e deixar a ressaca pra ele na manhã seguinte.
Foi bom eu ter me imposto mais cedo. Aparentemente o camarada do corredor chamou a atenção do pessoal, para que não falassem mais besteiras que pudessem me magoar… Para que pensassem antes de contar “aquela piadinha dahora!”... E saber que o grupo aceitou bem foi um alívio enorme.
Então por quê não comemorar?
Uma voz feminina começou a chamar atenção do nosso grupo. Vindo dos portões da PUC que nós já havíamos deixado pra trás. Era uma garota.
Ok… Descrevê-la apenas como uma garota parece um tanto quanto injusto… Se comparado com o que ela realmente era.
Ela era perfeita.
Ela estava bem vestida, beirando um pouco àquelas hipsters que aparecem nos filmes. Um cachecol vermelho e os passos apreçados de quem chegou “atrasado” no rolê. E ela era a resposta para sociedade de que cabelo crespo era lindo sim… Se alguém um dia falar que cabelo crespo é feio, sugiro que busque uma foto dela pra rebater qualquer afirmação dessas. Ela olhou direto pra mim.
Eu não consegui descifrar aquele olhar, mas me pareceu apenas um reconhecimento.
Não éramos mais os únicos negros no rolê.
O nome dela era Jasmine, mas quando comprimentaram ela “Oi, Preta! Achei que já tinha ido embora!” disse uma das garotas do grupo, que eu não conhecia muito bem. “Pois é, eu tava lá na sala dos Mac passando um tempo e daí eu vi a hora!” ela respondeu, sem ser abalada um segundo pelo próprio apelido.
“Preta? Hahahaha já conheceu o Negão?” disse um dos amigos, olhando pra mim em seguida reconhecendo o que tinha falado, um breve olhar de desculpa, mas eu já tinha esquecido dele. A minha atenção era toda dela.
Beijei o rosto dela, tímidos “olás” foram trocados. O cheiro dela era incrível. Reparei a nossa volta e todos estavam com uma expectativa visível no olhar, quase como “Acabamos de juntar um casal negro, que fofo, eles vão namorar, casar e ter filhos!” e naquele momento eu já comecei a ficar um pouco incomodado.
De fato eu queria namorar, casar e ter filhos… Mas ainda era muito cedo pra eu saber se seria com ela, além do mais, uma breve atração baseada na imagem e no cheiro não são nada para um relacionamento. E se ela fosse chata? Ou se mastigasse de boca aberta? Ou se usasse o banheiro de porta aberta? Tudo tem um limite.
Parte daquela situação me incomodava também, porque estávamos entre casais brancos e nenhum deles pensava “Pronto, estamos casados pro resto da vida!”. Eles não consideravam a cor da pele como o único requisito do relacionamento deles, então por quê fazer o mesmo comigo?
“Bora pro bar?” perguntou uma das meninas pra Jasmine. “Acho que hoje não… Tô um pouco cansada! Vou pegar o ônibus e ir pra casa mesmo!” antes mesmo que eu pudesse perguntar um dos caras perguntou “Que ônibus você pega?”
“Eu pego o Cabral/Portão, vou até o terminal do Cabral e depois eu vou até o Boa Vista.” ela respondeu na velocidade de quem já tinha respondido aquela pergunta antes. E enquanto ela falava eu ouvia exatamente a mesma resposta que eu dava quando alguém me fazia aquele tipo de pergunta. “Não é o mesmo caminho que o teu?” perguntou um dos caras olhando pra mim. “Pior que é o mesmo!” eu respondi, não sabendo se aquilo era muito bom ou muito estranho.
“Bem, não vou segurar mais vocês!” Jasmine disse começando a caminhada até o ponto de ônibus. Depois de um “tchau” coletivo eu fiquei paralisado.
Eu ainda estava encantado por ela, ainda queria descobrir se eu ia odiar o som dela mastigando, ou se eu ia me surpreender com uma porta do banheiro aberta. Eu precisava arriscar. Mas eu poderia tanto ir sozinho com ela embora, o que seria um pouco estranho talvez, mas ao mesmo tempo eu poderia convencê-la de ir com o pessoal do bar, o que poderia ser um facilitador pra começar um papo maneiro.
[[Tentar convencê-la de ir ao bar]]
[[Acompanhá-la de ônibus]]
Eu estava a fim de ficar comigo mesmo. Tentar focar a minha energia para fazer algo além de beber com os amigos. Não me entenda mal, eu gosto de beber e gosto dos meus amigos, mas aquele não era o momento. “Eu vou pra casa mesmo, gente!” eu anunciei pro grupo de amigos “Mas acho que o ponto é meio caminho pro bar! Então…” continuei andando e papeando com eles, tentando focar minha energia criativa do momento para já ir visualizando o que eu escreveria ao chegar em casa.
Foi bom eu ter me imposto mais cedo. Aparentemente o camarada do corredor chamou a atenção do pessoal, para que não falassem mais besteiras que pudessem me magoar… Para que pensassem antes de contar “aquela piadinha dahora!”... E saber que o grupo aceitou bem foi um alívio enorme.
Então por quê não aceitar essa vitória do dia e me retirar enquanto ainda estava por cima?
Uma voz feminina começou a chamar atenção do nosso grupo. Vindo dos portões da PUC que nós já havíamos deixado pra trás. Era uma garota.
Ok… Descrevê-la apenas como uma garota parece um tanto quanto injusto… Se comparado com o que ela realmente era.
Ela era perfeita.
Ela estava bem vestida, beirando um pouco àquelas hipsters que aparecem nos filmes. Um cachecol vermelho e os passos apreçados de quem chegou “atrasado” no rolê. E ela era a resposta para sociedade de que cabelo crespo era lindo sim… Se alguém um dia falar que cabelo crespo é feio, sugiro que busque uma foto dela pra rebater qualquer afirmação dessas. Ela olhou direto pra mim.
Eu não consegui descifrar aquele olhar, mas me pareceu apenas um reconhecimento.
Não éramos mais os únicos negros no rolê.
O nome dela era Jasmine, mas quando comprimentaram ela “Oi, Preta! Achei que já tinha ido embora!” disse uma das garotas do grupo, que eu não conhecia muito bem. “Pois é, eu tava lá na sala dos Mac passando um tempo e daí eu vi a hora!” ela respondeu, sem ser abalada um segundo pelo próprio apelido.
“Preta? Hahahaha já conheceu o Negão?” disse um dos amigos, olhando pra mim em seguida reconhecendo o que tinha falado, um breve olhar de desculpa, mas eu já tinha esquecido dele. A minha atenção era toda dela.
Beijei o rosto dela, tímidos “olás” foram trocados. O cheiro dela era incrível. Reparei a nossa volta e todos estavam com uma expectativa visível no olhar, quase como “Acabamos de juntar um casal negro, que fofo, eles vão namorar, casar e ter filhos!” e naquele momento eu já comecei a ficar um pouco incomodado.
De fato eu queria namorar, casar e ter filhos… Mas ainda era muito cedo pra eu saber se seria com ela, além do mais, uma breve atração baseada na imagem e no cheiro não são nada para um relacionamento. E se ela fosse chata? Ou se mastigasse de boca aberta? Ou se usasse o banheiro de porta aberta? Tudo tem um limite.
Parte daquela situação me incomodava também, porque estávamos entre casais brancos e nenhum deles pensava “Pronto, estamos casados pro resto da vida!”. Eles não consideravam a cor da pele como o único requisito do relacionamento deles, então por quê fazer o mesmo comigo?
“Bora pro bar?” perguntou uma das meninas pra Jasmine. “Bora! Tô esperando vocês pra tomar essa bera já faz um tempo… Tava indo pegar o ônibus quando eu vi vocês!” antes mesmo que eu pudesse perguntar um dos caras perguntou “Que ônibus você pega?”
“Eu pego o Cabral/Portão, vou até o terminal do Cabral e depois eu vou até o Boa Vista.” ela respondeu na velocidade de quem já tinha respondido aquela pergunta antes. E enquanto ela falava eu ouvia exatamente a mesma resposta que eu dava quando alguém me fazia aquele tipo de pergunta. “Não é o mesmo caminho que o teu?” perguntou um dos caras olhando pra mim. “Pior que é o mesmo!” eu respondi, não sabendo se aquilo era muito bom ou muito estranho.
“Bem, então partiu bar?” Jasmine disse começando a caminhada guiando o grupo. Depois de um “tchau” coletivo eu fiquei paralisado. “Você não vai pro bar também não?” Jasmine perguntou olhando diretamente pra mim.
“Pois é… Eu acho que não.” eu respondi sem conseguir parecer tão descolado quanto eu pretendia “Vamos lá, depois a gente pega o ônibus junto e eu ganho um guarda-costas hahahaha” ela brincou com o convite.
Eu ainda estava encantado por ela, ainda queria descobrir se eu ia odiar o som dela mastigando, ou se eu ia me surpreender com uma porta do banheiro aberta. Mas eu tava tão a fim de ir pra casa. Ficar sozinho. Colocar as ideias em ordem. Entrei em conflito.
[[Mudar de ideia e ir pro bar]]
[[Ir embora mesmo]]
Decidi sair com o pessoal. Parecia que faziam eras que eu não me dava uma oportunidade de me divertir e ao mesmo tempo eu queria me distrair um pouco das piadinhas e talvez no bar eu conseguisse relaxar e deixar passar o que me incomoda… Além do mais sempre é bom aproveitar a oportunidade de beber indiscriminadamente sem sofrer as consequências da bebedeira… O que é uma qualidade muito interessante da minha condição de “Sonhador”. O que quer que aconteça com a pessoa fisicamente, eu não sou afetado na minha vida. Claro que um tapa dói, mas quando eu “acordo” eu deixo de sentir a dor… Logo… É claro que eu iria ficar bêbado e deixar a ressaca pra ele na manhã seguinte.
Depois de eu ter deixado passar a piadinha sobre o meu cabelo parece que as coisas foram escalonando para uma situação pior. Eu fui reparando cada comentáriozinho, cada piadinha boba, cada coisinha que antes eu não reparava, agora começava a pesar.
Então por quê não afogar as preocupações com bera gelada?
Uma voz feminina começou a chamar atenção do nosso grupo. Vindo dos portões da PUC que nós já havíamos deixado pra trás. Era uma garota.
Ok… Descrevê-la apenas como uma garota parece um tanto quanto injusto… Se comparado com o que ela realmente era.
Ela era perfeita.
Ela estava bem vestida, beirando um pouco àquelas hipsters que aparecem nos filmes. Um cachecol vermelho e os passos apreçados de quem chegou “atrasado” no rolê. E ela era a resposta para sociedade de que cabelo crespo era lindo sim… Se alguém um dia falar que cabelo crespo é feio, sugiro que busque uma foto dela pra rebater qualquer afirmação dessas. Ela olhou direto pra mim.
E meu Deus… Eu não era digno daquele olhar.
Eu não consegui descifrar aquele olhar, mas me pareceu apenas um reconhecimento.
Não éramos mais os únicos negros no rolê.
O nome dela era Jasmine, mas quando comprimentaram ela “Oi, Preta! Achei que já tinha ido embora!” disse uma das garotas do grupo, que eu não conhecia muito bem. “Pois é, eu tava lá na sala dos Mac passando um tempo e daí eu vi a hora!” ela respondeu, sem ser abalada um segundo pelo próprio apelido.
“Preta? Hahahaha já conheceu o Negão?” disse um dos amigos, olhando pra mim em seguida como se eu não tivesse entendido a “piadiha” que o destino havia bolado praquela noite, mas eu já tinha esquecido dele. A minha atenção era toda dela.
Beijei o rosto dela, tímidos “olás” foram trocados. O cheiro dela era incrível. Reparei a nossa volta e todos estavam com uma expectativa visível no olhar, quase como “Acabamos de juntar um casal negro, que fofo, eles vão namorar, casar e ter filhos!” e naquele momento eu já comecei a ficar um pouco incomodado.
De fato eu queria namorar, casar e ter filhos… Mas ainda era muito cedo pra eu saber se seria com ela, além do mais, uma breve atração baseada na imagem e no cheiro não são nada para um relacionamento. E se ela fosse chata? Ou se mastigasse de boca aberta? Ou se usasse o banheiro de porta aberta? Tudo tem um limite.
Parte daquela situação me incomodava também, porque estávamos entre casais brancos e nenhum deles pensava “Pronto, estamos casados pro resto da vida!”. Eles não consideravam a cor da pele como o único requisito do relacionamento deles, então por quê fazer o mesmo comigo?
Mas eles não percebiam isso, e lá continuavam. Como se fosse um espetáculo da natureza.
“Bora pro bar?” perguntou uma das meninas pra Jasmine. “Acho que hoje não… Tô um pouco cansada! Vou pegar o ônibus e ir pra casa mesmo!” antes mesmo que eu pudesse perguntar um dos caras perguntou “Que ônibus você pega?”
“Eu pego o Cabral/Portão, vou até o terminal do Cabral e depois eu vou até o Boa Vista.” ela respondeu na velocidade de quem já tinha respondido aquela pergunta antes. E enquanto ela falava eu ouvia exatamente a mesma resposta que eu dava quando alguém me fazia aquele tipo de pergunta. “Não é o mesmo caminho que o teu?” perguntou um dos caras olhando pra mim. “Pior que é o mesmo!” eu respondi, não sabendo se aquilo era muito bom ou muito estranho.
“Bem, não vou segurar mais vocês!” Jasmine disse começando a caminhada até o ponto de ônibus. Depois de um “tchau” coletivo eu fiquei paralisado.
Eu ainda estava encantado por ela, ainda queria descobrir se eu ia odiar o som dela mastigando, ou se eu ia me surpreender com uma porta do banheiro aberta. Eu precisava arriscar. Mas eu poderia tanto ir sozinho com ela embora, o que seria um pouco estranho talvez, mas ao mesmo tempo eu poderia convencê-la de ir com o pessoal pro bar, o que poderia ser um facilitador pra começar um papo maneiro.
[[Convencê-la de ir ao bar]]
[[Voltar com ela de ônibus]]
Eu estava a fim de ficar comigo mesmo. Tentar focar a minha energia para fazer algo além de beber com essas pessoas. Não me entenda mal, eu gosto de beber, mas não tava nem um pouco a fim de ficar perto daquelas pessoas… Não hoje. “Eu vou pra casa mesmo, gente!” eu anunciei pras pessoas “Mas acho que o ponto é meio caminho pro bar! Então…” continuei andando e vez ou outra falando alguma coisa, mas eles mantinham me afastando com comentários desnecessários, como se nenhum daqueles comentários pudesse me magoar.
Depois de eu ter deixado passar a piadinha sobre o meu cabelo parece que as coisas foram escalonando para uma situação pior. Eu fui reparando cada comentáriozinho, cada piadinha boba, cada coisinha que antes eu não reparava, agora começava a pesar.
Então por quê não aceitar a derrota e me retirar com um pouco de dignidade?
Uma voz feminina começou a chamar atenção do nosso grupo. Vindo dos portões da PUC que nós já havíamos deixado pra trás. Era uma garota.
Ok… Descrevê-la apenas como uma garota parece um tanto quanto injusto… Se comparado com o que ela realmente era.
Ela era perfeita.
Ela estava bem vestida, beirando um pouco àquelas hipsters que aparecem nos filmes. Um cachecol vermelho e os passos apreçados de quem chegou “atrasado” no rolê. E ela era a resposta para sociedade de que cabelo crespo era lindo sim… Se alguém um dia falar que cabelo crespo é feio, sugiro que busque uma foto dela pra rebater qualquer afirmação dessas. Ela olhou direto pra mim.
E meu Deus… Eu não era digno daquele olhar.
Eu não consegui descifrar aquele olhar, mas me pareceu apenas um reconhecimento.
Não éramos mais os únicos negros no rolê.
O nome dela era Jasmine, mas quando comprimentaram ela “Oi, Preta! Achei que já tinha ido embora!” disse uma das garotas do grupo, que eu não conhecia muito bem. “Pois é, eu tava lá na sala dos Mac passando um tempo e daí eu vi a hora!” ela respondeu, sem ser abalada um segundo pelo próprio apelido.
“Preta? Hahahaha já conheceu o Negão?” disse um dos amigos, olhando pra mim em seguida como se eu não tivesse entendido a “piadiha” que o destino havia bolado praquela noite, mas eu já tinha esquecido dele. A minha atenção era toda dela.
Beijei o rosto dela, tímidos “olás” foram trocados. O cheiro dela era incrível. Reparei a nossa volta e todos estavam com uma expectativa visível no olhar, quase como “Acabamos de juntar um casal negro, que fofo, eles vão namorar, casar e ter filhos!” e naquele momento eu já comecei a ficar um pouco incomodado.
De fato eu queria namorar, casar e ter filhos… Mas ainda era muito cedo pra eu saber se seria com ela, além do mais, uma breve atração baseada na imagem e no cheiro não são nada para um relacionamento. E se ela fosse chata? Ou se mastigasse de boca aberta? Ou se usasse o banheiro de porta aberta? Tudo tem um limite.
Parte daquela situação me incomodava também, porque estávamos entre casais brancos e nenhum deles pensava “Pronto, estamos casados pro resto da vida!”. Eles não consideravam a cor da pele como o único requisito do relacionamento deles, então por quê fazer o mesmo comigo?
Mas eles não percebiam isso, e lá continuavam. Como se fosse um espetáculo da natureza.
“Bora pro bar?” perguntou uma das meninas pra Jasmine. “Bora! Tô esperando vocês pra tomar essa bera já faz um tempo… Tava indo pegar o ônibus quando eu vi vocês!” antes mesmo que eu pudesse perguntar um dos caras perguntou “Que ônibus você pega?”
“Eu pego o Cabral/Portão, vou até o terminal do Cabral e depois eu vou até o Boa Vista.” ela respondeu na velocidade de quem já tinha respondido aquela pergunta antes. E enquanto ela falava eu ouvia exatamente a mesma resposta que eu dava quando alguém me fazia aquele tipo de pergunta. “Não é o mesmo caminho que o teu?” perguntou um dos caras olhando pra mim. “Pior que é o mesmo!” eu respondi, não sabendo se aquilo era muito bom ou muito estranho.
“Bem, então partiu bar?” Jasmine disse começando a caminhada guiando o grupo. Depois de um “tchau” coletivo eu fiquei paralisado. “Você não vai pro bar também não?” Jasmine perguntou olhando diretamente pra mim.
“Pois é… Eu acho que não.” eu respondi sem conseguir parecer tão descolado quanto eu pretendia “Vamos lá, depois a gente pega o ônibus junto e eu ganho um guarda-costas hahahaha” ela brincou com o convite.
Eu ainda estava encantado por ela, ainda queria descobrir se eu ia odiar o som dela mastigando, ou se eu ia me surpreender com uma porta do banheiro aberta. Mas eu tava tão a fim de ir pra casa. Ficar sozinho. Colocar as ideias em ordem. Entrei em conflito.
[[Ir pro bar com ela]]
[[Voltar pra casa sozinho]]
“Por quê você não vai com a gente e depois eu sirvo de guarda-costas pra você na volta?” eu falei, quase como um pedido de socorro, quase implorando pra ela não deixar que eu fosse o único negro no rolê. Eu queria esquecer o dia de hoje, com excessão de encontrar ela, queria tentar converter essa noite em algo aceitável… E já que eu não estava tão bem assim, por quê não arriscar um pouco mais e tentar deixar essa noite no mínimo boa.
“Ah, não sei não…” parecia que faltava pouco pra convencê-la, eu conseguia perceber isso. “Vamos lá!” insisti um pouco e com ajuda do coro do pessoal “É, bora lá, Preta, vamos curtir essa sexta!” ela deu um sorriso breve e falou “Tá bom, pessoal… Mas só se seu tiver um guarda-costas depois!” ela falou olhando pra mim “Eu vou cobrar, hein!” e eu já estava derretido por ela. O sorriso mais bobo estampado. E sentindo que a noite estava prestes a melhorar.
E eu realmente não estava errado.
A gente andou por um bom tempo até chegar no bar, e já no caminho eu consegui conversar com ela o suficiente pra saber o primeiro tópico da minha lista de preocupações… Ela não era chata.
Não vou me prolongar muito sobre como foi a noite. Mas lhe digo que bebi o suficiente pra um possível coma alcóolico, pedimos algumas porções de batata frita com bacon, o que me fez descobrir o segundo tópico da minha lista de preocupações… Ela não mastigava fazendo barulho.
Rimos, cantamos, dançamos e falamos merda o suficiente pra eu esquecer o dia tão amargo.
Como prometido, fui de guarda-costas pra ela no ônibus. Continuamos a conversa do bar, num tom um pouco menos cômico. Ela era divertida, interessante e super charmosa. E a essa altura… Eu não me importaria dela usar o banheiro de porta aberta.
No ônibus discutimos filosofia, gosto musical e quem venceria numa luta entre o Goku e o Superman. Nos divertimos, nos conhecemos e na hora de nos despedir hesitamos.
Ficamos lá, parados, um na frente do outro.
“A gente se fala?” ela perguntou olhando pra mim com um sorriso no rosto. “Eu espero que sim!” respondi. Antes que eu beijasse o rosto dela…
Eu “acordei”.
Vocês se lembram que eu disse que tinha tirado um cochilo no ônibus? Pois é, foi mais um coma. Perdi meu ponto, parei no ponto final, ninguém conseguiu me acordar, o motorista decidiu rodar mais uma vez com o meu corpo no ônibus e daí eu acordei chegando no ponto final e tive que pegar um táxi pra casa. Gastei quase cinquenta conto de táxi pra chegar em casa.
Agora eu voltei a “sonhar” com ele. Descobri que ele manteve contato com a Jasmine, e que ficaram uma vez só, mas nenhuma garantia de um futuro relacionamento. Tá se esforçando pra ir bem na faculdade e escrever no seu tempo livre. Também fiquei sabendo que ele se esforça pra apreciar a companhia dos amigos, e que tem andado mais tempo sozinho, evitado alguns conhecidos, até mesmo porque o pessoal ainda não se tocou de que algumas palavras, alguns comportamentos magoam.
Acho que eu acabei ficando um pouco mais consciente do poder das palavras, depois que eu comecei a escrever sobre essa situação… Sobre eu ser um “Sonhador”. Só espero que cada vez mais pessoas tomem consciência da força que as palavras têm… E espero que ele encontre amigos que respeitem-no como ele merece.
Espero ter ajudado ele… E espero ajudar outros.
Agora me pergunto.
Quem será o próximo?
Será você o próximo?
“Pessoal, eu acho que eu vou com ela!” eu falei, quase que pra mim mesmo, e antes que pudessem fazer alguma piada qualquer sobre minha decisão eu apressei o passo pra alcançar ela.
“Oi…” eu disse sem saber muito bem como começar uma conversa com ela “Ué, não vai pro bar?” ela perguntou “Acabei de ver que eu tô meio curto de grana e eu ainda não paguei a conta do cartão de crédito, então…” eu disse, parte era verdade, parte era mentira, mas não importava, era com ela que eu queria estar. “Então você será o meu guarda-costas essa noite!” ela disse sorrindo.
A gente andou por um bom tempo até chegar no ponto de ônibus, e já no caminho eu consegui conversar com ela o suficiente pra saber o primeiro tópico da minha lista de preocupações… Ela não era chata.
Esperamos o ônibus no friozinho de Curitiba e enquanto esperávamos ela puxou um pacote de Passatempo. “Me desculpa, é que eu não almocei muito bem e tô morrendo de fome… Quer?” ela me ofereceu, sem nem mesmo saber que passatempo era a minha bolacha favorita.
Vendo ela naquela noite fria, mastigando passatempo eu soube o segundo tópico da minha lista de preocupações… Ela não mastigava fazendo barulho.
Por sinal, até consegui achar a mastigada dela fofa… Se é que isso é possível.
No ônibus conversamos por um bom tempo. Discutimos filosofia, gosto musical e quem venceria numa luta entre o Goku e o Superman. Nos divertimos, nos conhecemos e na hora de nos despedir foi mais rápido do que eu queria.
Sem mesmo parar de andar.
“A gente se fala?” perguntei olhando pra ela, que já trocava mensagens com alguém no celular “Claro… Até mais!” e antes mesmo de eu tirar os olhos das costas dela…
Eu “acordei”.
Vocês se lembram que eu disse que tinha tirado um cochilo no ônibus? Pois é, foi mais um coma. Perdi meu ponto, parei no ponto final, ninguém conseguiu me acordar, o motorista decidiu rodar mais uma vez com o meu corpo no ônibus e daí eu acordei uns dois pontos depois do meu, desci do ônibus e saí andando um monte até em casa.
Agora eu voltei a “sonhar” com ele. Descobri que ele manteve contato com a Jasmine, não passa de uma amizade distante. Tá se esforçando pra ir bem na faculdade e escrever no seu tempo livre. Também fiquei sabendo que ele se esforçar pra apreciar a companhia dos amigos, e que tem andado mais tempo sozinho, evitado alguns conhecidos, até mesmo porque o pessoal ainda não se tocou de que algumas palavras, alguns comportamentos magoam.
Acho que eu acabei ficando um pouco mais consciente do poder das palavras, depois que eu comecei a escrever sobre essa situação… Sobre eu ser um “Sonhador”. Só espero que cada vez mais pessoas tomem consciência da força que as palavras têm… E espero que ele encontre amigos que respeitem-no como ele merece.
Espero ter ajudado ele… E espero ajudar outros.
Agora me pergunto.
Quem será o próximo?
Será você o próximo?
“Tudo bem, acho que esse freela de segurança pode ser interessante” eu falei, com um ensaio do meu sorriso mais descolado. Eu estava a fim de ficar sozinho e ser mais produtivo, fugir daquelas pessoas a minha volta, mas como é que eu ia resistir aquele sorriso fofo… E já que eu estava tão mal, por quê não arriscar um pouco e tentar ficar bem. E que melhor maneira de tentar ficar bem do que aproveitar a companhia dela.
“Eu vou cobrar, hein!” ela me falou com um sorriso simpático e eu já estava derretido por ela. O sorriso mais bobo estampado. E sentindo que a noite estava prestes a melhorar.
E eu realmente não estava errado.
A gente andou por um bom tempo até chegar no bar, e já no caminho eu consegui conversar com ela o suficiente pra saber o primeiro tópico da minha lista de preocupações… Ela não era chata.
Não vou me prolongar muito sobre como foi a noite. Mas lhe digo que bebi o suficiente pra um possível coma alcóolico, pedimos algumas porções de batata frita com bacon, o que me fez descobrir o segundo tópico da minha lista de preocupações… Ela não mastigava fazendo barulho.
Rimos, cantamos, dançamos e falamos merda o suficiente pra me fazer esquecer do dia amargo.
Como prometido, fui de guarda-costas pra ela no ônibus. E mesmo eu estando em um nível que eu não me preocupava mais se ela usasse o banheiro de porta aberta, ainda assim, a conversa não se desenvolveu muito bem. Ela passou muito tempo no celular e vez ou outra reclamou de alguém que eu não conhecia, como se eu o conhecesse.
Ficamos um bom tempo juntos no caminho de volta.
Na hora de nos despedir foi mais rápido do que eu queria.
Sem mesmo parar de andar.
“A gente se fala?” perguntei olhando pra ela, que já trocava mensagens com alguém no celular “Claro… Até mais!” e antes mesmo de eu tirar os olhos das costas dela…
Eu “acordei”.
Vocês se lembram que eu disse que tinha tirado um cochilo no ônibus? Pois é, foi mais um coma. Perdi meu ponto, parei no ponto final, ninguém conseguiu me acordar, o motorista decidiu rodar mais uma vez com o meu corpo no ônibus e daí eu acordei chegando no ponto final e tive que pegar um táxi pra casa. Gastei quase cinquenta conto de táxi pra chegar em casa.
Agora eu voltei a “sonhar” com ele. Descobri que ele manteve contato com a Jasmine, não passa de uma amizade distante. Tá se esforçando pra ir bem na faculdade e escrever no seu tempo livre. Também fiquei sabendo que ele se esforça pra apreciar a companhia dos amigos, e que tem andado mais tempo sozinho, evitado alguns conhecidos, até mesmo porque o pessoal ainda não se tocou de que algumas palavras, alguns comportamentos magoam.
Acho que eu acabei ficando um pouco mais consciente do poder das palavras, depois que eu comecei a escrever sobre essa situação… Sobre eu ser um “Sonhador”. Só espero que cada vez mais pessoas tomem consciência da força que as palavras têm… E espero que ele encontre amigos que respeitem-no como ele merece.
Espero ter ajudado ele… E espero ajudar outros.
Agora me pergunto.
Quem será o próximo?
Será você o próximo?
“Vou ficar devendo essa… Além do mais não sou um bom guarda-costas!” eu respondi, vendo que a minha brincadeira não surtiu o efeito que eu esperava. Mas meu humor não prometia muitas sacadas boas, eu queria ir embora.
Caminhamos por um tempo juntos, eu indo pro ônibus e eles indo pro bar. Ela era divertida, além de bonita, o que cortava um dos tópicos da minha lista de preocupações… Ela não era nem de perto chata. Mas isso já não fixava na minha cabeça com a mesma eficácia, eu tava mais preocupado em ir embora.
Me despedi do pessoal, deixando no rosto de Jasmine um beijo alguns milésimos a mais do que no rosto das outras, como se pudesse fazer alguma diferença.
Observei eles se afastando rumo ao bar ninguém nem se quer olhou pra trás. Mas será que eu realmente me importava com isso?
Antes de volta a andar pro ônibus…
Eu “acordei”.
Vocês se lembram que eu disse que tinha tirado um cochilo no ônibus? Pois é, foi mais um coma. Quase perdi o meu ponto, mas acordei há tempo suficiente de apertar o botão e me apressar pra fora do ônibus.
Agora eu voltei a “sonhar” com ele. Descobri que ele nunca mais falou com a Jasmine, mas que vez ou outra vê ela andando pelo campus. As notas dele na faculdade estão boas, mesmo ele não tendo mais tanto interesse no curso, anda um tanto frustrado com um projeto pessoal que ele não consegue encaminhar. Também fiquei sabendo que ele se esforça pra apreciar a companhia dos amigos, e que tem andado mais tempo sozinho, evitado alguns conhecidos, até mesmo porque o pessoal ainda não se tocou de que algumas palavras, alguns comportamentos magoam.
Acho que eu acabei ficando um pouco mais consciente do poder das palavras, depois que eu comecei a escrever sobre essa situação… Sobre eu ser um “Sonhador”. Só espero que cada vez mais pessoas tomem consciência da força que as palavras têm… E espero que ele encontre amigos que respeitem-no como ele merece.
Espero ter ajudado ele… E espero ajudar outros.
Agora me pergunto.
Quem será o próximo?
Será você o próximo?
“Por quê você não vai com a gente e depois eu sirvo de guarda-costas pra você na volta?” eu falei, com um ensaio do meu sorriso mais descolado. Eu queria ir curtir com os amigos essa noite, principalmente me sentindo tão bem… E já que eu estava tão bem, por quê não arriscar um pouco mais e tentar deixar essa noite perfeita. Pra essa noite ficar perfeita eu precisava da presença dela.
“Ah, não sei não…” parecia que faltava pouco pra convencê-la, eu conseguia perceber isso. “Vamos lá!” insisti um pouco e com ajuda do coro do pessoal “É, bora lá, Preta, vamos curtir essa sexta!” ela deu um sorriso breve e falou “Tá bom, pessoal… Mas só se seu tiver um guarda-costas depois!” ela falou olhando pra mim “Eu vou cobrar, hein!” e eu já estava derretido por ela. O sorriso mais bobo estampado. E sentindo que a melhor noite estava prestes a começar.
E eu realmente não estava errado.
A gente andou por um bom tempo até chegar no bar, e já no caminho eu consegui conversar com ela o suficiente pra saber o primeiro tópico da minha lista de preocupações… Ela não era chata.
Não vou me prolongar muito sobre como foi a noite. Mas lhe digo que bebi o suficiente pra um possível coma alcóolico, pedimos algumas porções de batata frita com bacon, o que me fez descobrir o segundo tópico da minha lista de preocupações… Ela não mastigava fazendo barulho.
Rimos, cantamos, dançamos e falamos merda o suficiente pra semana.
Como prometido, fui de guarda-costas pra ela no ônibus. Continuamos a conversa do bar, num tom um pouco menos cômico. Ela era divertida, interessante e super charmosa. E a essa altura… Eu não me importaria dela usar o banheiro de porta aberta.
Ficamos um bom tempo juntos no caminho de volta.
Tempo o suficiente pra quando nós fomos nos despedir, ficamos parados. Um na frente do outro. Analisando nossas opções. Analisando nossa noite.
“Você vai me ligar?” ela perguntou com um sorriso divertido.
“Acho que vou fazer mais que isso…” eu disse com o ímpeto de um alcoolizado. Me aproximei dela devagar. Comecei abraçando ela. Meu sorriso bobo foi virando cada vez mais uma cara de “Ai meu Deus, eu vou beijar a garota mais sensacional que eu já conheci!” e então…
Eu “acordei”.
Vocês se lembram que eu disse que tinha tirado um cochilo no ônibus? Pois é, foi mais um coma. Perdi meu ponto, parei no ponto final, ninguém conseguiu me acordar, o motorista decidiu rodar mais uma vez com o meu corpo no ônibus e daí eu acordei chegando no ponto final e tive que pegar um táxi pra casa. Gastei quase cinquenta conto de táxi pra chegar em casa.
Agora eu voltei a “sonhar” com ele. Descobri que ele tá em um relacionamento estável com a Jasmine. Tá se esforçando pra ir bem na faculdade e escrever no seu tempo livre. Também fiquei sabendo que ele deixou de se esforçar pra apreciar a companhia dos amigos, até mesmo porque os amigos estão bem mais conscientes do poder das palavras.
Acho que eu acabei ficando um pouco mais consciente do poder das palavras também, depois que eu comecei a escrever sobre essa situação… Sobre eu ser um “Sonhador”. Só espero que cada vez mais pessoas precisem se esforçar menos pra existir… Cada vez mais pessoas deixem de se esforçar pra gostar do jeito que elas são.
Espero ter ajudado ele… E espero ajudar outros.
Agora me pergunto.
Quem será o próximo?
Será você o próximo?
“Pessoal, eu acho que eu vou com ela!” eu falei, quase que pra mim mesmo, e antes que pudessem se despedir eu apressei o passo pra alcançar ela.
“Oi…” eu disse sem saber muito bem como começar uma conversa com ela “Ué, não vai pro bar?” ela perguntou “Acabei de ver que eu tô meio curto de grana e eu ainda não paguei a conta do cartão de crédito, então…” eu disse, parte era verdade, parte era mentira, mas não importava, era com ela que eu queria estar. “Então você será o meu guarda-costas essa noite!” ela disse sorrindo.
A gente andou por um bom tempo até chegar no ponto de ônibus, e já no caminho eu consegui conversar com ela o suficiente pra saber o primeiro tópico da minha lista de preocupações… Ela não era chata.
Esperamos o ônibus no friozinho de Curitiba e enquanto esperávamos ela puxou um pacote de Passatempo. “Me desculpa, é que eu não almocei muito bem e tô morrendo de fome… Quer?” ela me ofereceu, sem nem mesmo saber que passatempo era a minha bolacha favorita.
Vendo ela naquela noite fria, mastigando passatempo eu soube o segundo tópico da minha lista de preocupações… Ela não mastigava fazendo barulho.
Por sinal, até consegui achar a mastigada dela fofa… Se é que isso é possível.
No ônibus conversamos por um bom tempo. Discutimos filosofia, gosto musical e quem venceria numa luta entre o Goku e o Superman. Nos divertimos, nos conhecemos e na hora de nos despedir hesitamos.
Ficamos lá, parados, um na frente do outro.
“A gente se fala?” ela perguntou olhando pra mim com um sorriso no rosto. “Eu espero que sim!” respondi. Antes que eu beijasse o rosto dela…
Eu “acordei”.
Vocês se lembram que eu disse que tinha tirado um cochilo no ônibus? Pois é, foi mais um coma. Perdi meu ponto, parei no ponto final, ninguém conseguiu me acordar, o motorista decidiu rodar mais uma vez com o meu corpo no ônibus e daí eu acordei uns dois pontos depois do meu, desci do ônibus e saí andando um monte até em casa.
Agora eu voltei a “sonhar” com ele. Descobri que ele manteve contato com a Jasmine, mas que não tem nada concreto ainda. Tá se esforçando pra ir bem na faculdade e escrever no seu tempo livre. Também fiquei sabendo que ele deixou de se esforçar pra apreciar a companhia dos amigos, até mesmo porque os amigos estão bem mais conscientes do poder das palavras.
Acho que eu acabei ficando um pouco mais consciente do poder das palavras também, depois que eu comecei a escrever sobre essa situação… Sobre eu ser um “Sonhador”. Só espero que cada vez mais pessoas precisem se esforçar menos pra existir… Cada vez mais pessoas deixem de se esforçar pra gostar do jeito que elas são.
Espero ter ajudado ele… E espero ajudar outros.
Agora me pergunto.
Quem será o próximo?
Será você o próximo?
“Tudo bem, acho que esse freela de segurança pode ser interessante” eu falei, com um ensaio do meu sorriso mais descolado. Eu estava a fim de ficar sozinho e ser mais produtivo, mas como é que eu ia resistir aquele sorriso fofo, principalmente me sentindo tão bem… E já que eu estava tão bem, por quê não arriscar um pouco mais e tentar deixar essa noite perfeita. Pra essa noite ficar perfeita eu precisava arriscar alguma coisa com ela.
“Eu vou cobrar, hein!” ela me falou com um sorriso simpático e eu já estava derretido por ela. O sorriso mais bobo estampado. E sentindo que a noite estava prestes a melhorar.
E eu realmente não estava errado.
A gente andou por um bom tempo até chegar no bar, e já no caminho eu consegui conversar com ela o suficiente pra saber o primeiro tópico da minha lista de preocupações… Ela não era chata.
Não vou me prolongar muito sobre como foi a noite. Mas lhe digo que bebi o suficiente pra um possível coma alcóolico, pedimos algumas porções de batata frita com bacon, o que me fez descobrir o segundo tópico da minha lista de preocupações… Ela não mastigava fazendo barulho.
Rimos, cantamos, dançamos e falamos merda o suficiente pra semana.
Como prometido, fui de guarda-costas pra ela no ônibus. Continuamos a conversa do bar, num tom um pouco menos cômico. Ela era divertida, interessante e super charmosa. E a essa altura… Eu não me importaria dela usar o banheiro de porta aberta.
Ficamos um bom tempo juntos no caminho de volta.
No ônibus discutimos filosofia, gosto musical e quem venceria numa luta entre o Goku e o Superman. Nos divertimos, nos conhecemos e na hora de nos despedir hesitamos.
Ficamos lá, parados, um na frente do outro.
“A gente se fala?” ela perguntou olhando pra mim com um sorriso no rosto. “Eu espero que sim!” respondi. Antes que eu beijasse o rosto dela…
Eu “acordei”.
Vocês se lembram que eu disse que tinha tirado um cochilo no ônibus? Pois é, foi mais um coma. Perdi meu ponto, parei no ponto final, ninguém conseguiu me acordar, o motorista decidiu rodar mais uma vez com o meu corpo no ônibus e daí eu acordei chegando no ponto final e tive que pegar um táxi pra casa. Gastei quase cinquenta conto de táxi pra chegar em casa.
Agora eu voltei a “sonhar” com ele. Descobri que ele manteve contato com a Jasmine, mas que não tem nada concreto ainda. Tá se esforçando pra ir bem na faculdade e escrever no seu tempo livre. Também fiquei sabendo que ele deixou de se esforçar pra apreciar a companhia dos amigos, até mesmo porque os amigos estão bem mais conscientes do poder das palavras.
Acho que eu acabei ficando um pouco mais consciente do poder das palavras também, depois que eu comecei a escrever sobre essa situação… Sobre eu ser um “Sonhador”. Só espero que cada vez mais pessoas precisem se esforçar menos pra existir… Cada vez mais pessoas deixem de se esforçar pra gostar do jeito que elas são.
Espero ter ajudado ele… E espero ajudar outros.
Agora me pergunto.
Quem será o próximo?
Será você o próximo?
“Vou ficar devendo essa… Além do mais não sou um bom guarda-costas!” eu respondi, vendo que a minha brincadeira não surtiu o efeito que eu esperava. “Mas da próxima vez, conte comigo pro serviço!” tentei consertar um pouco as coisas e arranquei um sorriso breve dela.
“Vou cobrar, hein!” ela disse divertida.
Caminhamos por um tempo juntos, eu indo pro ônibus e eles indo pro bar. Ela era divertida, além de bonita, o que cortava um dos tópicos da minha lista de preocupações… Ela não era nem de perto chata.
Me despedi do pessoal, deixando no rosto de Jasmine um beijo alguns milésimos a mais do que no rosto das outras, como se pudesse fazer alguma diferença.
Observei eles se afastando rumo ao bar e vi Jasmine olhando pra trás com um sorriso. Sorri pra mim mesmo e fui ao ponto de ônibus… E então…
Eu “acordei”.
Vocês se lembram que eu disse que tinha tirado um cochilo no ônibus? Pois é, foi mais um coma. Quase perdi o meu ponto, mas acordei há tempo suficiente de apertar o botão e me apressar pra fora do ônibus.
Agora eu voltei a “sonhar” com ele. Descobri que ele manteve contato com a Jasmine, mas que não tem nada além de uma boa amizade. Ele nem precisa se esforçar pra ir bem na faculdade e ainda tá com um projeto pessoal bem adiantado de um livro. Também fiquei sabendo que ele deixou de se esforçar pra apreciar a companhia dos amigos, até mesmo porque os amigos estão bem mais conscientes do poder das palavras.
Acho que eu acabei ficando um pouco mais consciente do poder das palavras também, depois que eu comecei a escrever sobre essa situação… Sobre eu ser um “Sonhador”. Só espero que cada vez mais pessoas precisem se esforçar menos pra existir… Cada vez mais pessoas deixem de se esforçar pra gostar do jeito que elas são.
Espero ter ajudado ele… E espero ajudar outros.
Agora me pergunto.
Quem será o próximo?
Será você o próximo?